Apresentação de candidatos - Intervenção do candidato a Presidente, Mário David Soares - 15.7.2017

Caras e caros Camaradas, Amigas e Amigos

 

Este acto é, no meu entender, um dos mais importantes na nossa caminhada até às eleições de 1 de Outubro. E é importante porque apresentamos hoje aqueles que irão encabeçar as nossas listas às juntas de freguesia de Vila Nova de Gaia. São mulheres e homens que conhecem, mais do que ninguém a sua terra e, melhor do que ninguém, sabem quais as soluções para a resolução dos problemas com que se defrontam as gentes da sua terra. São mulheres e homens empenhados e é gente reconhecida pelo trabalho que tem desenvolvido ao longo dos anos nas freguesias a que se candidatam. Muitos foram, no mandato que agora termina, membros das assembleias de freguesia e aí deram testemunho da diferença do trabalho da CDU – o contacto permanente com as populações, o conhecimento dos seus problemas e anseios, o participar activamente nas Assembleias de freguesia, o render de contas da sua actividade.

Os nossos candidatos às freguesias são o primeiro fermento da nossa candidatura à Câmara Municipal de Gaia e, por isso, precisamos de encontrar as sinergias necessárias para que as populações compreendam que com a CDU seja nas freguesias, na Câmara ou na Assembleia Municipal a sua voz será escutada e os seus problemas e anseios terão da nossa parte uma atenção permanente e um buscar de soluções, sejamos nós poder ou oposição.

Os nossos cabeças de lista têm uma média de idade jovem sem deixar, no entanto, de ter em conta a experiência daqueles que, pelos seus anos, podem transmitir os saberes adquiridos numa luta de muitos combates. A presença de 33% de mulheres como cabeças de lista, ainda que não sendo o desejado nem o suficiente, é um caminho que temos vindo a percorrer e que, estou certo, continuará a ser aprofundado.

A CDU é uma força diferente e não devemos nunca deixar de marcar essa diferença. Aqui ninguém se põe em bicos de pé para ser candidato ou pertencer a uma lista. Na CDU, fazer parte de uma lista é apenas, e tão-só, o continuar do combate, o continuar da militância em prol daqueles que mais precisam. Estar numa lista da CDU não traz benefícios, aumenta as responsabilidades. Porque os membros das nossas listas não têm nem terão quaisquer benefícios pela sua acção. Têm sim, uma satisfação: a do dever cumprido e o reconhecimento daqueles a quem prestam um serviço público.

Camaradas, Amigas e Amigos

Quando escolhemos o lema "Abraçar Gaia na diversidade e pela igualdade" não foi um exercício de marketing mas um compromisso. Um compromisso em defesa das pessoas, de todos os gaienses, em particular daqueles que têm sido os mais abandonados e, em alguns casos até, excluídos. Um compromisso em defesa da diversidade do nosso território, respeitando as diferentes identidades nele existentes, mas exigindo que todos possam nele viver com a mesma dignidade. Um compromisso de proximidade. E o modo como apresentamos os nossos candidatos é também disso um exemplo: apresentamos candidatos a todas as freguesias como eram antes de o PS, PSD e CDS, contra a vontade das populações e de muitas Assembleias de freguesia que se pronunciaram, terem feito a junção das mesmas. Nós sabemos que teremos que nos conformar legalmente com a situação, mas damos aqui um sinal, um sinal forte e inequívoco que para nós a reposição das freguesias não é um assunto encerrado e que continuaremos a bater-nos pela reposição das freguesias na convicção profunda de que esse é o modo de estarmos mais próximos das populações e de melhor as servirmos.

A CDU faz diferente. E fá-lo com Honestidade, Trabalho e Competência. E eu acrescento com Dedicação. Porque a CDU, quando tem a confiança dos eleitores, nunca coloca à frente dos interesses de quem nos elegeu os interesses partidários ou os cálculos eleitoralistas. Assumimos o nosso dever de responder positivamente ao mandato que lhe foi conferido pelos cidadãos. E, por isso, sempre que teve um vereador e sempre que lhe foi proposto assumir um pelouro a CDU respondeu positivamente. E vale a pena recordar hoje e aqui o que tem sido o trabalho da CDU quando teve responsabilidades executivas.

Todos reconhecem que os Jogos Juvenis de Gaia tiveram um impulso notável quando em 1985 Maurício Ferraz assumiu este pelouro em nome da CDU. Tratou-se de uma iniciativa meritória de colaboração entre as Autarquias, as Escolas e a comunidade. Mas desde que CDU deixou de ter responsabilidades nesta área os Jogos viriam a conhecer várias interrupções e hesitações, sendo retomados apenas neste mandato.

Foi com a CDU como responsável do Pelouro de Ambiente e Jardins através da nossa camarada Ilda Figueiredo que o Parque Biológico foi criado, adquirindo uma nova quinta e mais terrenos, construindo um lago e um circuito de manutenção, recuperando as instalações agrícolas da nova quinta, incluindo o moinho, lançando programas de educação ambiental e de actividades de defesa e promoção das tradições e cultura da região.

Ultrapassando múltiplas dificuldades, nomeadamente o facto de o Pelouro ser insuficientemente financiado e vários incidentes, como fogo-posto, ainda assim foi possível avançar com o projecto que se viria a tornar um modelo de Educação Ambiental, tendo recebido, logo no primeiro ano de actividade, mais de 40 mil visitantes, e de 85 a 89 mais de 190 mil.

É também com a CDU que é lançado o primeiro programa de preservação das dunas, com sensibilização da população e em especial dos utentes das praias; no mandato 85-89 criaram-se passadiços, eliminaram-se plantas infestantes e plantaram-se espécies adequadas e vegetação de protecção.

O Cabedelo era também objecto de acção específica, com limpeza, condicionamento de acesso, inventariação da fauna e flora, e realização de estudos com vista à criação de uma zona protegida, estando este trabalho pioneiro na base da concretização, atrasada durante anos, da criação da Reserva Natural Local.

As ribeiras do Concelho, então extremamente poluídas por esgotos domésticos e industriais, começaram nessa época a ser limpas e despoluídas, algo que só após a criação da rede de saneamento, muito anos depois, veio a ser plenamente concretizado, mas tendo por base os estudos e trabalhos que entretanto tinham sido realizados por proposta e orientação da CDU.

Muitas acções de sensibilização e educação ambiental, nomeadamente na defesa dos rios Febros e Uíma, o trabalho colaborativo com as colectividades gaienses, a eliminação de lixeiras, Seminários e Debates sobre Ambiente, iniciativas como a Festa da Árvore ou a campanha "Pinheiros de Natal", o esforço de fiscalização de licenciamentos, a criação de um Circuito de Manutenção no Parque Biológico, de um centro de recuperação de aves, um lago para receber aves aquáticas, cercados para animais, a reconstrução e reutilização de antigos moinhos, e a criação de um museu vivo.

 

Assistiu-se à recuperação de jardins existentes e a criação de novos, equipando-os com parques infantis e esculturas e neles realizando concertos, à criação de uma base de dados ("Industrigaia") sobre as indústrias de Gaia e o seu potencial poluidor permitindo estabelecer prioridades e definir objectivos concretos para reduzir os seus efeitos perniciosos, a promoção de um evento de floricultura ("Florgaia"), a criação, por proposta da CDU, do Serviço de Ambiente, e a definição clara de regras de criação de espaços verdes nas novas urbanizações, tudo contribuindo para melhorar o Ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos de Gaia.

Foi por esse motivo que, em 1987, a Comissão Nacional do Ano Europeu do Ambiente atribuiu a Gaia uma Menção Honrosa pelo trabalho desenvolvido nesta área, ou seja, pelo trabalho do Pelouro gerido pela CDU.

 

Ao nível das Águas e Saneamento é claro que esta foi uma das áreas maior consenso mereceu, pelas inegáveis vantagens para a saúde pública, era a do abastecimento de água potável e a rejeição de efluentes. Em Gaia foi possível corporizar tal consenso na gestão dos então Serviços Municipalizados, com activa participação de todas as forças políticas no Conselho de Administração do SMG. Porém, a chegada do PSD à Presidência da autarquia marcaria o fim dessa consensualidade, com o afastamento do Diretor-Delegado e o fim da participação abrangente na gestão dos Serviços, que foram então substituídos por uma Empresa municipal de gestão muito menos transparente, e com a nomeação de um responsável da confiança política daquela maioria. Ora, o que é verdade é que enquanto a CDU desempenhou funções no Conselho de Administração dos SMG pode dizer-se que o foco estava no serviço às populações, mas daí para diante passou a servir de meio de recurso para contratações duvidosas, negócios ruinosos e perda de controlo sobre a produção e distribuição deste produto essencial à vida.

Se trago hoje aqui estes factos é para sublinhar que a CDU faz falta a Vila Nova de Gaia. Que não é o mesmo uma câmara com e sem CDU. E nós temos a obrigação de, nesta campanha, lembrar o trabalho que a CDU desempenha quando é poder, quando tem pelouros ou mesmo quando só participa no executivo sem responsabilidades. Porque de todos os modos e em todas as circunstâncias manteremos o firme compromisso de todos ouvir e, no quadro das nossas capacidades legais agirmos na defesa dos interesses e direitos de todos os gaienses.

 

Camaradas, Amigas e Amigos

Existe uma enorme confiança de que a nossa candidatura tem todas as condições para conseguir os objectivos a que nos propomos. Essa confiança está, naturalmente, alicerçada nos nossos candidatos, na ligação que eles têm com a sua terra e as gentes que nela habitam, na sua reconhecida militância em prol dos trabalhadores e dos mais desfavorecidos. Mas essa confiança tem que ser igualmente alicerçada no trabalho de convencimento dos eleitores de que desta vez é importante, é fundamental votar na CDU para que Gaia seja diferente o que tem sido até hoje. Temos que chegar a todos com a nossa mensagem que, ao contrário de outros, não promete antes se compromete. Temos orgulho nos nossos candidatos porque estão na política com o objectivo de servir os outros e a causa pública. Temos um programa assente no direito de todos a uma saúde e a uma educação de qualidade, em transportes que sirvam os interesses das populações e não das empresas privadas e que sejam acessíveis nos preços e com horários adequados, na valorização da cultura que preserva as identidades do nosso concelho, que atraia investimento produtivo que promova emprego de qualidade e estável, que dignifique a habitação social e cuide dos mais vulneráveis, que tenha uma política para os mais idosos, promovendo o envelhecimento activo, mas que atente às necessidades dos jovens, sobretudo na promoção do emprego juvenil.

São estes os elementos que reforçam a nossa confiança. Mas o nosso trabalho, a nossa convicção, a nossa capacidade de chegar a todos será, com certeza, o elemento mais decisivo nesta campanha.

Ao trabalho, camaradas. Viva a CDU