NI - PCP questiona Governo sobre encerramento da G.E. Powers - 21.2.2013

A General Electrics (G.E.) é um grupo internacional com representação em Portugal, Espanha, Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda, Suíça, Reino Unido e Irlanda, que recentemente comunicou aos trabalhadores a sua intenção de encerrar a unidade existente em Portugal (Vila Nova de Gaia), num processo faseado que até ao final deste ano resultará no fim de mais 170 postos de trabalho. 


Não deixa de ser uma surpresa a intenção de encerrar a sua produção no nosso país, considerando que a G.E. está implementada em Portugal há já longos anos.

Certamente não será a falta de lucros deste grupo, mas sim a sua maximização, que leva a esta comunicação aos trabalhadores desta empresa. O que está em causa é o encerramento de uma unidade produtiva em Portugal com o objectivo de a deslocalizar para outros países, mandando assim cerca de 170 trabalhadores para o desemprego, um flagelo infernal para muitas famílias em todo o país, com dimensões especialmente preocupantes em Vila Nova de Gaia.

Estes grandes grupos económicos continuam a desprezar todos os aspectos relacionados com a sua responsabilidade social perante os seus trabalhadores, mas, no entanto, não descuram a possibilidade de absorver fundos comunitários e nacionais – para depois de os fundos aprovados, encerrarem empresas. Só no quadro comunitário de apoio QREN, esta empresa absorveu 389.000€ (aproximadamente 50% de um investimento de cerca de 760.000€). É neste sentido que o PCP questiona o Governo com as perguntas abaixo elencadas:

Face ao exposto, e face ao facto de estarmos perante uma empresa que beneficiou de apoios públicos com objectivos certamente centrados na preservação dos postos de trabalho, solicita-se ao Governo que, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, e por intermédio do Ministério da Economia e Emprego, responda às seguintes perguntas:

1.     Tem esse Ministério conhecimento da ameaça de encerramento faseado, até ao fim deste ano de 2013 e respectivo despedimento de cerca de 170 trabalhadores? Que justificação dá a empresa para concretizar tal despedimento?
2.     Que tipo de intervenção é que a ASCT tem feito para suster e impedir tal intenção? Que medidas estão a ser tomadas ou serão, para impedir mais esta proposta de encerramento e para viabilizar esta empresa?
3.     Como se pode compreender e aceitar que uma empresa que recebeu cerca de 490 mil euros de dinheiros públicos esteja a proceder a este encerramento? Estava este encerramento e despedimento contemplado nos projectos apoiados por fundos comunitários? Em caso afirmativo, como se entende que o Governo tenha aprovado as candidaturas da GE POWER CONTROLS PORTUGAL - UNIPESSOAL, LDA?


4.     Além dos projectos apoiados, elencados na exposição desta pergunta, houve ou não mais apoios públicos à GE POWER CONTROLS PORTUGAL - UNIPESSOAL, LDA? Quais e com que valores?
5.     Estão ou não todos os projectos apoiados concluídos e foram já liquidados à administração da empresa todos os dinheiros públicos previstos nas respectivas candidaturas?
6.     Se a empresa mantiver a intenção de despedir os cerca de cento e setenta trabalhadores, vai o Ministério impor a devolução dos fundos comunitários entregues à GE POWER CONTROLS PORTUGAL - UNIPESSOAL, LDA?


Vila Nova de Gaia, 21 de Fevereiro de 2013
a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP