Em jeito de balanço - Texto de IF

Estamos a entrar na recta final do mandato, passados que são quase três anos após as últimas eleições autárquicas. Recorde-se que o mandato do actual executivo municipal, de maioria PSD/CDS, que detém sete dos onze membros, depois de ter perdido um para a CDU, é o terceiro presidido pelo Dr. Luís Filipe Menezes, em que a grande diferença foi a eleição da vereadora da CDU, retirando um membro ao PSD, já que o PS manteve os mesmos três vereadores. Durante estes três anos de mandato, há cinco notas fundamentais a salientar:
  1. as constantes visitas da CDU a diversos locais das 24 Freguesias do município de Vila Nova de Gaia, o que tem permitido dar maior visibilidade aos problemas e anseios justos das populações;
  2. o desfasamento entre as promessas da maioria PSD/CDS e a realidade do quotidiano das pessoas que, diariamente, têm de percorrer ruas sem passeios e com o piso em mau estado; de moradores que vivem em diferentes urbanizações ou bairros municipais onde faltam equipamentos colectivos essenciais, onde escasseiam espaços de convívio e de lazer; de escolas com edifícios em más condições de funcionamento; de crianças, jovens e idosos que continuam sem centros de convívio e apoio;
  3. a política de zigue-zague do PSD/CDS relativamente a taxas municipais, de que é exemplo toda a novela das taxas de rampas no anterior mandato, que foi suspensa antes das últimas eleições, mas voltou depois, com um âmbito mais vasto, transformada em taxa sobre todos os acessos, e que acaba agora, em véspera de novas eleições, após oposição frontal e permanente de milhares de moradores e da CDU;
  4. a política de bilhete postal ilustrado, para eleitor e turista ver, com a aposta no litoral de Gaia e na captação de algum investimento estrangeiro para a zona antiga, enquanto prossegue o esquecimento e o abandono de importante património histórico e cultural e dos moradores que ali nasceram, ali habitavam antes de serem empurrados para outros locais, ou ainda resistem, apesar do mau piso das ruas que não são centrais, da falta de apoios e do atropelo dos seus direitos;
  5. a descoordenação entre serviços municipais, empresas municipais e os membros do executivo da maioria PSD/CDS, o que, por vezes, acaba em intervenções atabalhoadas e necessários recuos como aconteceu na escarpa da Serra do Pilar.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CMG