Reflexões sobre visitas em Gaia - Texto de IF

As visitas que temos feito por várias freguesias de Vila Nova de Gaia são o melhor testemunho do abismo que existe entre a propaganda e a realidade.
Quem vive em Gaia, pode encontrar as enormes carências de equipamentos sociais para idosos e crianças, escolas do primeiro ciclo e jardins infantis sem espaços cobertos com um mínimo de condições para as actividades e o recreio das crianças quando chove, pré-fabricados que são provisórios há mais de 20 anos, com coberturas em fibrocimento e com algum amianto, nalguns casos ainda sem cantina, de que são exemplos mais graves Grijó, Perosinho, Olival, Pedroso.
Depois, um pouco por todo o concelho, desde que não seja nas ruas centrais, são as ruas esburacadas e sem passeios, seja nas freguesias centrais de Mafamude e Santa Marinha, seja nas freguesias do litoral ou do interior do concelho. Mas os munícipes continuam a ter de pagar as taxas de acesso. É um escândalo.
Entretanto, a pressão urbanística e os interesses dos grupos económicos continuam a marcar o crescimento anárquico do concelho, com casos de enorme gravidade e justa contestação dos moradores. De entre os inúmeros casos, pude verificar o que se passa na Avenida da Igreja, em Arcozelo. A forte contestação da população é contra o facto de, devido às obras de construção de um supermercado "Pingo Doce", ter sido ocupada cerca de metade de uma faixa de rodagem da referida Avenida, com a construção de um passeio com cerca de 4 metros, o que dificulta a fluidez do trânsito numa zona em que este é intenso, situação que tenderá a agravar-se com a abertura do referido estabelecimento.
Igualmente, em Valadares, e ocupando ainda uma faixa de terrenos que moradores locais afirmam ser do ex-Sanatório Marítimo do Norte, prossegue, a grande ritmo, a construção de uma urbanização, sem que haja qualquer respeito pelo interesse e património público.
Em toda a orla marítima crescem como cogumelos novas urbanizações, destruindo velhas quintas, desrespeitando a necessidade de criação de amplos espaços verdes e de moderação urbanística. Algo de semelhante está a ser preparado para a margem do Douro, enquanto tarda o debate público e a aprovação do tão prometido PDM.
Entretanto, vamos continuar as visitas.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CMG