Canções de Adriano - por IF
Adriano Correia de Oliveira nasceu a nove de Abril de 1942, no Porto, mas cedo veio viver para Avintes, na quinta de seus Pais. A sua vida esteve sempre ligada à luta pela liberdade, aos ideais da revolução de Abril, mesmo quando ainda não sabíamos que a revolução ia ser em Abril. Mas morreu demasiado cedo. Com apenas 40 anos, a 16 de Outubro de 1982, na mesma localidade onde cresceu e onde vinha regularmente – Avintes.
Foi para Coimbra estudar Direito, em 1959, e aí deu expressão à sua rica sensibilidade para a poesia e a música. Foi aí que se juntou ao forte movimento antifascista estudantil e também ao PCP. As suas canções davam a conhecer poetas e temas importantes. Foi com ” Cantar de Emigração” que descobri a poetisa galega, Rosalia de Castro. Interessei-me por António Gedeão com “Lágrima de Preta”. Foi a partir de algumas das canções de Adriano que descobri a obra de vários poetas, e que, em certo momento, me encantei com a “Trova do vento que passa”.
Nesses últimos anos do fascismo, as canções de Adriano eram a pureza, a alegria, o humanismo junto de uma juventude que se queria libertar da opressão e pôr fim à guerra colonial. Como escreveu Ary dos Santos “ O teu coração de ouro veio do Douro/ num barco de vindimas de cantigas/ tão generoso como a liberdade”.
A generosidade bem conhecida de Adriano permitiu que o ouvíssemos muitas vezes, nas festas e convívios comunistas, em diversos locais do País. A solidariedade e amizade de Adriano estavam sempre presentes, não apenas nas canções, mas também nas conversas e debates de amigos, onde a sua posição ideológica surgia com grande clareza na defesa dos princípios que nortearam a sua vida.
A sua obra merece maior divulgação. Entre 1960 e 1980 gravou mais de noventa temas, uma das mais ricas obras musicais do século XX. Em 1960 gravou o seu primeiro disco “Noite de Coimbra”. Mas muitos outros se seguiram, incluindo os que já referi e outros como “O canto e as armas” em 1969; “Notícias de Abril”, em 1978;”Cantigas Portuguesas” em 1980 e, a título póstumo “Memória de Adriano”, em 1983.
Neste ano em que se comemoram os 65 anos do seu nascimento, uma Comissão Promotora, que inclui o Centro Cultural e Artístico Adriano Correia de Oliveira, vai homenagear Adriano de Abril a Outubro, aqui, em Vila Nova de Gaia.
A 21 de Abril, estaremos em Avintes, nos Plebeus Avintenses, numa Tertúlia com alguns dos seus amigos. A 5 de Maio, será a vez de um espectáculo, no Auditório Municipal de Gaia. E em Outubro, voltaremos a Avintes com as suas canções.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CMG
Foi para Coimbra estudar Direito, em 1959, e aí deu expressão à sua rica sensibilidade para a poesia e a música. Foi aí que se juntou ao forte movimento antifascista estudantil e também ao PCP. As suas canções davam a conhecer poetas e temas importantes. Foi com ” Cantar de Emigração” que descobri a poetisa galega, Rosalia de Castro. Interessei-me por António Gedeão com “Lágrima de Preta”. Foi a partir de algumas das canções de Adriano que descobri a obra de vários poetas, e que, em certo momento, me encantei com a “Trova do vento que passa”.
Nesses últimos anos do fascismo, as canções de Adriano eram a pureza, a alegria, o humanismo junto de uma juventude que se queria libertar da opressão e pôr fim à guerra colonial. Como escreveu Ary dos Santos “ O teu coração de ouro veio do Douro/ num barco de vindimas de cantigas/ tão generoso como a liberdade”.
A generosidade bem conhecida de Adriano permitiu que o ouvíssemos muitas vezes, nas festas e convívios comunistas, em diversos locais do País. A solidariedade e amizade de Adriano estavam sempre presentes, não apenas nas canções, mas também nas conversas e debates de amigos, onde a sua posição ideológica surgia com grande clareza na defesa dos princípios que nortearam a sua vida.
A sua obra merece maior divulgação. Entre 1960 e 1980 gravou mais de noventa temas, uma das mais ricas obras musicais do século XX. Em 1960 gravou o seu primeiro disco “Noite de Coimbra”. Mas muitos outros se seguiram, incluindo os que já referi e outros como “O canto e as armas” em 1969; “Notícias de Abril”, em 1978;”Cantigas Portuguesas” em 1980 e, a título póstumo “Memória de Adriano”, em 1983.
Neste ano em que se comemoram os 65 anos do seu nascimento, uma Comissão Promotora, que inclui o Centro Cultural e Artístico Adriano Correia de Oliveira, vai homenagear Adriano de Abril a Outubro, aqui, em Vila Nova de Gaia.
A 21 de Abril, estaremos em Avintes, nos Plebeus Avintenses, numa Tertúlia com alguns dos seus amigos. A 5 de Maio, será a vez de um espectáculo, no Auditório Municipal de Gaia. E em Outubro, voltaremos a Avintes com as suas canções.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CMG