Nota de Imprensa - Conta Gerência de 2008 na CM Gaia - 24.4.2009

ANUNCIADO: MUITO
EXECUTADO: POUCO
 

Transcreve-se abaixo a Declaração de Voto da Vereadora Ilda Figueiredo sobre a Conta de Gerência de 2008 da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia:

Votei contra a Conta de Gerência de 2008 da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia pelas seguintes razões:

1. A execução do orçamento foi ainda mais baixa do que em 2007 e da média dos últimos dez anos, seja em relação à receita global (apenas recebeu 53% do orçamentado para 2008), seja em relação às despesas de capital (46% do previsto do orçamento de 2008).

Isto significa que os investimentos foram menos de metade do que o PSD/CDS anunciou na comunicação social, nalguns casos resultado do adiamento de obras para inauguração, agora, em vésperas de campanha eleitoral, noutros casos simplesmente porque não há dinheiro para realizar as obras prometidas. Mais uma vez, fica claro que o Plano e Orçamento da CMG proposto e aprovado pela maioria PSD/CDS é mera propaganda eleitoral para gaienses lerem, usando os dinheiros públicos.

2. A dívida do município continua a agravar-se, sendo hoje a segunda maior do País - 274 milhões de euros. Desta dívida, 62.846 milhões são de curto prazo: fornecedores, empreiteiros, associações e colectividades. Isto significa que a maioria PSD/CDS, pelo atraso no pagamento a  associações, colectividades e empresas de V. N. de Gaia também está a contribuir para a grave situação económica e  social que aqui se vive, com repercussões graves no desemprego - cerca de 22 mil desempregados.

3. Registe-se, no entanto, que as receitas próprias do município cresceram por duas razões fundamentais:

- agravamento das taxas, tarifas e preços que os gaienses têm que pagar por qualquer serviço prestado pelo município e pelas empresas municipais, e cobrança de impostos municipais pelas taxas mais elevadas penalizando as populações e micro, pequenas e médias empresas;

- cobertura à especulação imobiliária que tem crescido exponencialmente em Gaia, para cobrar receitas que permitam manter uma multiplicidade de empresas municipais com as despesas que isso implica (mais gestores, mais viaturas, mais encargos administrativos, mais publicidade e propaganda, mais benesses para alguns). Registe-se que as empresas municipais receberam mais de 13 milhões de euros.

4. Obras essenciais e investimentos prioritários continuam adiados ou a marcar passo, o que é grave. É lamentável todo o atraso na Reabilitação da Urbanização de Vila d'Este e dos bairros municipais, o atraso na reabilitação de escolas e na construção de novos edifícios, ruas e passeios, o fraco e tardio apoio às colectividades, designadamente na área da cultura, a desvalorização do património  municipal, com a sua inclusão num fundo imobiliário visando a sua venda.

5. A escassa atenção às camadas populacionais mais carenciadas que atingem cerca de 70 mil pessoas, designadamente idosos, crianças e jovens, mulheres desempregadas e reformadas, que continuam sem equipamentos sociais e apoios específicos.

 

Vila Nova de Gaia, 24 de Abril de 2009

CDU/Gaia

Gabinete de Imprensa